Em época de mudanças aceleradas como a atual, é natural que as regras do jogo também se alterem com maior frequência. Este cenário causa bastante desconforto para a grande maioria das organizações, sejam elas privadas ou governamentais, acostumadas a tempos menos turbulentos, nos quais as regras “jogo” eram mais estáveis facilitando seu entendimento.
Uma das questões centrais neste cenário “montanha russa” passa, sob nosso ponto de vista pelo correto entendimento do conceito de produtividade.
A maioria das organizações ainda decodifica essa palavra a partir dos modelos mentais da antiga sociedade industrial. No mundo privado, essa leitura tem conduzido muitas organizações a perderem “market share” e, no mundo governamental, a gerar políticas públicas e serviços que se distanciam das demandas de uma cidadania articulada em rede.
Apesar dos mares turvos e agitados, a leitura tradicional do que seja produtividade não é fácil de ser descartada. Primeiro por que os métodos e técnicas desenvolvidos por Ford, Taylor, Fayol e seus seguidores permitiu observarmos, ao longo do século XX, um espetacular incremento de 50 vezes na produtividade do trabalho manual, conforme apontado no ótimo livro de Klaus North e Stefan Gueldeberg “Effective Knowledge Work”. Segundo por que a era do conhecimento é muito novinha e ainda está construindo suas trilhas e métricas.
De qualquer maneira, conforme formos adentrando no século XXI ficará mais perceptível para as empresas e para os governos que fazer mais do mesmo, ainda que mais rápido, será uma armadilha que conduzirá, respectivamente, à perda de oportunidades e de representatividade.
Isto por que para a nova economia, calcada na produção de bens imateriais puros (software, games, serviços on-line, etc.) ou que tenham forte carga de conhecimento embutido (satélites, veículos, televisores, etc.), a produtividade do trabalho manual conta pouco. O desafio nessa era é gerar, nas palavras de Peter Drucker, uma nova forma de gestão que permita ao trabalhador do conhecimento obter aumentos de produtividade do trabalho intelectual compatíveis com os observados pelo trabalhador manual no século XX.
Neste blog e em toda rede paulista de inovação, temos nos dedicado bastante a falar sobre esses novos métodos e técnicas gerenciais que buscam incrementar a produtividade do trabalho intelectual, apontando casos de sucesso já obtidos por empresas e governos mais antenados.
Para encerrar, uma metáfora. Se pegarmos a estrada errada, pouco adiantará termos um carro econômico.
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