Inovação em Ação

Na minha postagem anterior, prometi que da próxima vez abriria meu caderninho virtual na seção dos exemplos animadores em gestão. É a parte menor do caderninho, é verdade, mas está crescendo rápido.

Para honrar a promessa, vamos falar hoje da W.L. Gore & Associates.

Mesmo que você nunca tenha ouvido falar desse nome, com certeza já usou um produto elaborado com alguns dos insumos revolucionários colocados no mercado por essa empresa norte-americana, fundada em 1958. Tecidos impermeáveis, cordas para guitarra, componentes para cabos de fibra ótica, válvulas cirúrgicas formam um tímido exemplo desse elenco. Clique aqui para se surprender mais.

Mas nós estamos falando da Gore não somente por causa de seus produtos, e sim pela maneira como ela os faz.

Quando ela foi aberta, seu fundador, Bill Gore, egresso da DuPont, tinha um sonho: criar uma empresa que tivesse a inovação como carro chefe (estamos em 1958, lembrem-se) na qual as pessoas tivessem prazer em trabalhar (se isso é raro ainda hoje, imaginem naquela época).

Aos poucos, o modelo de negócios da empresa foi sendo calibrado por esta visão. Em entrevista concedida a Gary Hamel, publicada na HSM de março/abril de 2001, aqui disponível para download (neste momento, apenas para assinantes) o atual presidente da Gore, Terri Kelly, detalha essa trajetória. Neste espaço, vou comentar apenas os três aspectos do modelo de gestão da Gore que mais me chamaram a atenção:

1. A empresa não se estrutura hierarquicamente. Seus colaboradores atuam em rede e  podem se dirigir diretamente a qualquer pessoa da organização.

2. Lá não existem títulos nem caixinhas. Não tentem, por exemplo, achar o famoso Vice Presidente Executivo, pois ele não existe. A autoridade é conferida pela comunidade de colaboradores, de acordo com o número de seguidores de cada um. O próprio Terri foi indicado por seu pares.

3. Todos os funcionários são comprometidos com os resultados que se propuseram atingir, sem que, para tanto, precisem ser fiscalizados.

Difícil de acreditar, não é? E o pior é que deu certo. Para quem gosta de métricas, aí vão algumas:

1. A Gore possui hoje mais de 9 mil funcionários, na empresa conhecidos como colaboradores, espalhados por 30 países, inclusive no Brasil, onde está seu headquarter de vendas para a América do Sul.

2. Sua receita anual gira em torno dos 25 bilhões de dólares.

3. A empresa nunca deu prejuízo.

4. Há 14 anos consecutivos, entra na lista das 100 melhores empresas para trabalhar nos Estados Unidos, publicada pela Revista Fortune.

Para acabar, convido-os a conhecer melhor a trajetória, os valores e a cultura da empresa, clicando aqui. Vale por uns 10 (bons) livros de Gestão do Conhecimento.

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