Um dos paradigmas gerenciais, que felizmente está indo por
água abaixo na sociedade do conhecimento, é o famoso “informação é poder, e por
isso eu não a divido com ninguém”.
Nunca acreditei muito nessa lorota, mas agora o fracasso
dessa postura está ficando mais evidente.
1. Informação antes era estoque, agora é
fluxo. Como quase tudo atualmente, o ciclo de vida de uma informação é
curtíssimo. Assim, um gerente à moda antiga pode pensar que está guardando uma mina de
ouro, quando na verdade, ao abrir a gaveta, encontrará apenas traças;
2. Na era da internet e das mídias
sociais, os gerentes passam a ser avaliados por suas relações. Quem não troca
informações não cresce profissionalmente e passa a marcar passo na carreira. Cada
vez mais as organizações, ao recrutarem novos profissionais, observam, além do curriculum tradicional do pretendente, sua presença no mundo
virtual, representada por postagens em blogs, participação em fóruns técnicos,
inserção em redes sociais, entre outras. Quanto mais “estrelinhas” o gerente
conquistar nesse universo, maior será sua chance de sucesso profissional;
3. As organizações contemporâneas
esperam de um gerente que ele seja muito mais do que um mero guardador de
informações, estimulando a geração continuada de conhecimento, que, como já
sabemos, é o único insumo que só se multiplica quanto é dividido. Como
participar desse ciclo, sem trocar figurinhas o tempo todo?
4. As novas gerações, hiperconectadas, ao
ingressarem no mercado de trabalho trazem dentro de suas cabeças novos modelos mentais,
centrados na colaboração e na cocriação, e acham esquisito quem não age assim.
Um gerente que não tenha a humildade de rever suas práticas irá, com o passar
do tempo, estreitando seus horizontes;
5. Com o crescimento das incertezas e da
natureza complexa dos problemas a serem tratados nas organizações, nenhuma
especialização sozinha consegue articular soluções efetivas. O jeito é buscar outras visões com as quais se
possa aprender e ensinar. Observe que, hoje, projetos complexos só vão para
frente quando idealizados, construídos e implantados sob uma abordagem transdisciplinar.
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