DADO, INFORMAÇÃO, CONHECIMENTO - A HISTÓRIA SE REPETE

Fonte da Ilustração: www.brainbasedbusiness.com


No dia 25 de dezembro de 2009, o acaso impediu que uma nova ação terrorista contra os Estados Unidos, acabasse em tragédia. Nesse dia, um avião da Notrthwest Airlines, procedente de Amsterdã, com destino a Detroit, foi vítima de um atentado promovido pelo nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab. Por sorte, o dispositivo falhou, causando apenas um pequeno incêndio que conseguiu ser controlado a bordo, sem maiores consequências.

A grita maior, como sempre, foi para o lado da tecnologia. Praticamente toda a mídia indagava, horas depois do sucedido, como Abdulmutallab conseguiu ultrapassar todos os dispositivos de segurança dos aeroportos? Obviamente, problemas de alta complexidade, onde a surpresa e o fanatismo são fatores preponderantes, não podem abrir mão do que há de mais sofisticado em termos tecnológicos, neste caso, por exemplo, “scanners” tridimensionais capazes de mostrar detalhes de cada parte do corpo e revelar a presença de dispositivos suspeitos.

Mas será que isso basta? Mais uma vez, estou convecido que não. Ao contrário, quase uma década depois do ocorrido em 11 de setembro de 2001, temos aqui mais um caso de dados que não se transformam em informação e em ação efetiva, conhecimento enfim.

À semelhança do “September 11”, este novo caso também tinha pistas, algumas delas emblemáticas. O próprio pai de Abdulmutallab, um rico banqueiro nigeriano avisou à Embaixada dos Estados Unidos na Nigéria que seu filho havia sido atraído pelo extremismo da Al-Qaeda no Iêmen. Além disso, o nome de Abdulmutallab encontrava-se em uma relação com cerca de 500 mil nomes que integram a Terrorist Identities Datamart Environment (TIDE), lista oficial americana de indivíduos vinculados com o terror e, mesmo assim, ele conseguiu um visto para ingressar nos Estados Unidos.

Felizmente, o Presidente Barack Obama parece ter consciência de que o problema vai além da tecnologia. Em declaração efetuada em 2 de janeiro de 2010, referindo-se ao novo atentado, Obama disse que o governo não tinha conseguido juntar os pontos. Em linguagem técnica, o governo não obteve êxito em transformar dados em informação e conhecimento, pois, mais uma vez, falhas de comunicação entre as agências antiterrorismo motivaram o não aproveitamento das pistas.

O presidente norte-americano promete desobstruir esses canais. Embora seja uma tarefa gigantesca, como explicamos na postagem anterior, Barack Obama conhece, como nenhum outro presidente, o potencial do trabalho em rede, peça fundamental em sua vitória nas últimas eleições.

Isto lhe credencia para a luta de acabar com caixinhas tão perigosas como aquelas carregadas de explosivos, quais sejam aquelas formadas por departamentos estanques, que isolam pessoas, retardam o aprendizado, e impedem a visão do todo.

Que a Gestão do Conheciento e da Inovação o ajude.

Nenhum comentário:

Postar um comentário