Cara e Coroa


O leitor deste espaço sabe que embora sejamos defensores de carteirinha das ferramentas da web 2.0, temos igualmente mencionado que o processo de criação do conhecimento organizacional demanda mais do que o simples uso destes recursos, por melhores e mais fáceis de operar que eles sejam.

Embora grandes facilitadoras, as ferramentas sociais constituem uma das faces da moeda. Não podemos nos esquecer da outra, qual seja a criação de ambientes favoráveis para que o ciclo de criação e propagação do conhecimento de fato ocorra.

Embora o desafio de criar ambientes onde as pessoas possam aprender sempre e trabalhar com prazer seja ainda mais complexo, do que utilizar ferramentas sociais, ele é condição “sine qua non” para colocar as organizações, sejam elas públicas ou privadas, na era do conhecimento.

O efeito memória dos procedimentos que vem predominando nos escritórios mundo afora há mais de século é difícil de apagar de pronto e sua substituição por processos mais adequados à criação de conhecimento não ocorre por geração espontânea.

Neste sentido, organizações mais antenadas com os desafios de uma sociedade complexa e globalizada vêm, aos poucos, incorporando ações que estimulem a convivência, o intercâmbio de experiências e novas formas de registro da memória organizacional, menos centrada em números e mais calcada nas histórias de quem realmente faz a empresa.

Para quem quiser ter uma idéia bem detalhada desse fenômeno, enxergado pelo lado do governo, recomendo a leitura do site “dare to share”, em português algo como “coragem para dividir”. Lá o leitor verá uma pormenorizada descrição sobre os mais importantes métodos e técnicas de incentivo a criação e distribuição do conhecimento necessário para enfrentar problemas organizacionais que não estão nos manuais. Não conheço nada tão bem feito, moderno e fácil de utilizar. Estou apontando para a página em espanhol, mas ela também está disponível em inglês, francês, e alemão.

Lembro que este site é produzido pela “Agência Suíça para Desenvolvimento e Cooperação”, o que mostra a preocupação de mais um país europeu com as mudanças de postura necessária para a geração e preservação da riqueza na sociedade pós industrial.

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