Larry Prusak, um dos mais conceituados nomes da Gestão do Conhecimento em todo o mundo, esteve no Global Make Conference - GMC 2010, realizado em São Paulo entre os dias 25 e 27 de maio de 2010. Ele é, atualmente, diretor do Instituto para Gestão do Conhecimento (IKM), além de pesquisador, consultor e autor de diversos livros sobre o tema.
Para mim, o principal mérito de Larry, é sua capacidade antecipar cenários, o que, hoje em dia, convenhamos, não é nada fácil. Neste sentido, ele e Tom Davenport, um dos seus mais tradicionais companheiros de produção acadêmica, foram os primeiros a alertar que choques de tecnologia não bastam para modernizar uma organização, por mais que se atribua esse dom milagroso aos computadores. Embora batam nesta tecla há mais de dez anos, muitas empresas continuam indo para o buraco por achar que máquinas produzem, per se, informação e conhecimento, negligenciando o papel das pessoas nesse processo.
Para quem quiser entender melhor a visão da dupla, recomendo a leitura de um clássico da literatura sobre gestão, chamado, em português, "Ecologia Da Informação - Por Que Só A Tecnologia Não Basta Para O Sucesso na Era da Informação, escrito, em 1997, por Tom Davenport, e para o qual Larry colaborou com alguns conceitos e idéias. É difícil de achar nas livarias tradicionais, mas talvez vocês o encontrem em algum sebo.
A apresentação dele foi inteligente, bem humorada e, portanto, gostosa de acompanhar. Sem ler qualquer documento pré-escrito e sem o suporte de recursos tipo powerpoint, a quem chama "carinhosamente" de assassino da criatividade, Larry conduziu sua fala apenas no gogó.
Destaco, aqui, os três pontos que me chamaram mais a atenção:
1. O relato profissional de histórias, storytelling, vem ocupando espaço, cada vez mais amplo, nos programas de criação, retenção e distribuição do conhecimento das organizações. Essa técnica, quando bem utilizada, permite trazer para o universo corporativo, saberes que tendem a ficar apenas na cabeça de seus detentores. E em tempos bicudos, de problemas complexos, nenhum orgão pode se dar ao luxo de abrir mão da capacidade integral de seus funcionários.
2. Um número crescente de organizações vem "importando" inovações através de práticas do tipo open innovation. A idéia que predominou ao longo de todo o século XX, segundo a qual as empresas detinham, dentro delas, todo o estoque de inovações que necessitavam começa a perder força, com o surgimento de um emergente mercado de idéias fora dos tradicionais centros de produção de conhecimento, Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão.
3. Em articulação com a afirmativa anterior, as organizações tem mostrado uma preocupação maior no sentido de localizar suas unidades de pesquisa e desenvolvimento em áreas onde o conhecimento esteja no ar, ou seja, em locais intensivos em mão de obra de alta qualificação, criativas, abertas à mudança e bem integradas em redes.
Para encerrar, recomendo a quem se interessar em conhecer um pouco mais sobre o pensamento de Larry Prusak, assistir a entrevista, em inglês, sem legenda, por ele concedida à revista Business Process Magazine, em março deste ano, publicada no YouTube.
Para a semana, volto a falar do GM 2010.
Para a semana, volto a falar do GM 2010.
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