Em nossos cursos e palestras, temos observado que enquanto a inovação tecnológica tem evoluído a taxas muito expressivas, principalmente a partir do último quarto do século passado, a gestão, o jeito de fazer as coisas, apresenta comportamento bem mais modesto, para não dizer decepcionante.
Este comportamento faz com que a maioria das organizações, ainda hoje, sub aproveite o poder transformador das novas tecnologias. A gestão, neste caso, ao invés de potencializar o uso do novo, atua mais como camisa de força. Em outras palavras, a maioria das organizações ainda enxerga o novo com lentes defasadas.
Preocupado com esta questão, o professor Gary Hamel, autor do excelente livro “O Futuro da Administração”, implantou na London Business School, em Londres, um laboratório de inovação em gestão, cujo principal objetivo é romper as amarras antes mencionadas.
Segundo Hamel, o progresso econômico é fruto da combinação de quatro tipos de inovação: social, institucional, tecnológica e em gestão.
A inovação social está associada ao quadro de valores que ao longo da história da humanidade tem dignificado a contribuição das pessoas, independente de sua raça ou gênero.
A inovação institucional está vinculada ao arcabouço de legislações, patentes e demais regulações que amparam e estimulam o crescimento.
A inovação tecnológica refere-se aos produtos e processos que permitiram que as pessoas estejam cada vez mais conectadas. O telégrafo, o telefone, as estradas, a energia elétrica, a mídia exemplificam este tipo de inovação.
Por fim, a inovação em gestão simboliza a maneira de transformar os três tipos anteriores em progresso econômico. Ela surgiu da necessidade de tornar eficiente a produção em larga escala que se inicia no começo do século XX.
Segundo Hamel, embora a eficiência operacional continue válida, o maior desafio organizacional não está mais em simplesmente preparar pessoas para cumprirem rotinas. Hoje a gestão deve centrar-se na busca de formas mais sofisticadas de motivar, organizar, planejar, delegar e avaliar, que garantam vantagens duradouras para as organizações. Como as mudanças são muito aceleradas, as dificuldades para prever o futuro se acentuam, fazendo com que a receita do sucesso esteja menos em repetir fórmulas, mas em inventá-las a cada instante.
Em recente entrevista concedida a revista HSM, aqui disponível para leitura, Gary Hamel discorre e dá exemplos sobre alguns dos métodos e práticas estudados no laboratório de inovação e gestão, idealizado e operado pelo professor, que permitam usar o novo de uma forma igualmente nova.
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